Os critérios usados para se distinguir jornalistas, repórteres, apresentadores, locutores e outras categorias, assim como o sistema de votação, constam da lista de questionamentos que alguns profissionais da comunicação social têm feito nas redes sociais em relação ao prémio Angola Comunica.
Carlos Alberto, jornalista, na sua página no Facebook, considera que “seleccionar alguns da comunicação social, em várias categorias, em rádio, TV e jornal impresso/digital para os pôr ao critério de votos populistas (voto do público em geral), contando com a fama de cada um, é desvalorizar a nossa profissão”, escreveu, num texto, que teve como título “Os prémios populistas na comunicação social”.
Quem também juntou-se às vozes dissonantes é o jornalista Walter Cristovão, por sinal, um dos candidatos ao concurso na categoria jornalista de rádio 2019.
O profissional de comunicação, que até então concorria na categoria de melhor jornalista 2019 pela rádio Ecclesia, anunciou, nesta quarta-feira, 26, por meio de seu perfil do Facebook, a sua rescisão ao concurso, para, segundo ele, “salvaguardar o seu bom-nome”.
Entretanto, em relação a renúncia do jornalista Walter Cristovão, a organização do evento “Angola Comunica” já respondeu, através de um comunicado, em que destaca, no seu décimo segundo parágrafo da nota, “que qualquer concorrente pode pedir a retirada da sua indicação aos Prémios Angola Comunica, dentro de um determinado prazo” e, à respeito, “tivemos dois casos no início do concurso, que foram prontamente atendidos, porque no sistema ainda não sido fechado”, lê-se no comunicado enviado ao Correio da Kianda.
Na tarde desta quinta-feira, 27, Walter Cristovão voltou a pedir a organizacão do evento, que retire o seu nome, acrescentanto, que em caso de não se retirar “poderá recorrer aos órgãos de justiça”, fez saber numa publicacão.
A organização do Angola Comunica justifica a não retirada do nome do jornalista do concurso: “voltamos a clarificar-lhe, que nesta altura, não seria possível fazer qualquer alteração no sistema, salvo se, para tal tivéssemos de reiniciar o sistema na totalidade e se tal acontecesse, prejudicaríamos a maioria dos concorrentes, e disso o senhor Walter Cristóvão sabe bem”.
Ainda de acordo com o comunicado, o jornalista Walter Cristóvão, “foi informado de que estava indicado para concorrer aos prémios em referência no passado dia 10.08.2020, pelo que na altura simplesmente agradeceu”, mas optou por retirar-se por, segundo a organização do evento, o mesmo estar a ser desfavorecido na votação.
“Garantimos não existir a mínima possibilidade de favorecimento, pois o sistema tal não permite. Inclusive, o coordenador e o senhor Walter Cristóvão encetaram, um processo de fiscalização, tendo de facto provado a vantagem legítima do senhor Pedro Neto, para Melhor Jornalista de Rádio, até ao momento”, reforçam.